Paróquia Beata Lindalva e São Cristóvão: abril 2017

sábado, 29 de abril de 2017

Experiência de Emaús, Experiência da Comunidade


Pe. Luiz Alípio, scj!
 
A Liturgia do 3º Domingo da Páscoa reflete a caminhada a Emaús como uma pedagogia catequética para entendermos o significado litúrgico e existencial da ressurreição de Jesus Cristo. Nessa passagem bíblica (Lc 24, 13-35), podemos elencar alguns pontos importantes:

·         Jesus começou a caminhar com eles: dois discípulos partem tristes para Emaús. O número dois na Bíblia já se configura uma comunidade. Esses dois discípulos simbolizam a comunidade triste, desnorteada, sem esperança diante do infortúnio da morte de Cristo. Caminham a sós com o grande risco de ter outras referências que não seja o Cristo. A verdadeira comunidade caminha com Jesus. Imbuídos por tal desamparo, Jesus começou a caminhar com eles. A comunidade que caminha com Jesus só tende a crescer, pois Ele é aquele que sempre se coloca em nosso caminho, já que ele mesmo disse: “Eu sou o Caminho” (Jo 14, 6).

·         Depois de descrevem o infortúnio da morte de Cristo, Jesus começa a explicar-lhes as Escrituras, as passagens que apontavam a morte e ressurreição do Messias. A tristeza tem o poder de vedar os olhos da esperança. Ela deixa nossa vida sem muitas expectativas para a Vida que há de vir. Ela tem seu ápice e sua força maior na morte. Quando a comunidade passa pela experiência da decepção e tristeza, a Sagrada Escritura é o melhor meio para entendermos os absurdos e encantos da vida. A Palavra de Deus alivia, conforta, reconforta, reanima, reacende e recoloca a comunidade no verdadeiro Caminho.

·         Ao término da explicação da morte e ressurreição de Cristo feito pelo mesmo aos discípulos, ao cair da tarde, eles insistem para que o peregrino (Jesus) fiquem com ele: Fica conosco, pois é tarde e o dia já declina. Fica conosco Senhor! Permanece conosco Senhor! É a prece da Comunidade. A hospitalidade dos judeus faz parte do Código da Aliança. Uma vez Jesus falou da necessidade de acolher as pessoas... (Cf. Mt 25).

·         Depois eles foram cear: sentaram-se a mesa que era o mesmo que partilhar a vida mútua. Na mesa do Altar, compartilhamos a vida de Cristo. Depois ele tomou o pão, deu graças, distribuiu e nisto Jesus foi reconhecido. Eles reconheceram Jesus ao partir o pão. Jesus reconhece como verdadeira comunidade sua aquela que não somente partilha a Eucaristia, mas que também serve a mesa do pobre.

·         A Eucaristia é o óculos da fé. Ela abre nossos olhos para as incertezas e conflitos da vida. É o sacramento da unidade, voltamos aquela mesma unidade que tínhamos perdido com o advento da morte. Ela traz esperança. Por sua força, faz memória do sacrifício de Cristo na cruz e nos dá alegria de antecipar as iguarias no banquete eterno. Colocamos intenções nas celebrações pelos finados porque não só rezamos, em comunidade, por eles que aguardam a ressurreição final, mas porque queremos fortalecer nossa fé na vida presente e na vida eterna.

·         Os discípulos ficaram tão felizes que exclamaram: não ardia nosso coração? Muitas vezes, na vida em comunidade, necessitamos de alguém inspirado que nos ajude a recolocar a Palavra de Deus no centro da nossa vida. Necessitamos de companhia, de alguém que caminhe, oriente e reconduza a nossa vida ao Cristo.

·         Realmente o Senhor ressuscitou! A última parada da caminha catequética comunitária é chegar no fim e compreender: realmente o Senhor ressuscitou! A ressurreição é a chegada depois de uma longa caminhada nessa vida para a vida eterna.

·         Toda a catequese da Igreja visa essa linda conclusão: realmente, o Senhor ressuscitou! Pedro, ao proclamar o Kerigma, termina-o falando sobre a ressurreição de Cristo (At 2, 32), pois este acontecimento é o centro da fé crista que dá sentido a vida da comunidade.

Assim, a experiência de Emaús, muitas vezes, é a experiência da Comunidade. Uma comunidade que deve ter Cristo como referência e centro; uma comunidade que busca nas Sagradas Escrituras inspiração; uma comunidade cujo líder reorienta para o verdadeiro Caminho; uma comunidade que celebra a partilha no pão no Altar e na mesa do Pobre; uma comunidade que professa a Ressurreição de Nosso Senhor!

 

sexta-feira, 21 de abril de 2017

O Dom do Ressuscitado: a Paz!


Pe. Luiz Alípio, scj!

A Liturgia do 2º Domingo da Páscoa, mas propriamente o Evangelho (Jo 20, 19-31), narra a aparição de Jesus Ressuscitado à comunidade dos discípulos reunidos, transmitindo-lhes o maravilhoso dom da paz.

Na literatura bíblica, a palavra paz significa Shalom, que por sua vez designa tranquilidade, confiança e serenidade. A narrativa do Evangelho descreve que os discípulos estavam trancados com medo dos judeus. Ao aparecer no meio deles pavorosos e confusos, Jesus acalma seus corações transmitindo simplesmente aquilo que muitas vezes falta em nossa vida: paz! Ou seja, tenham confiança! Percam o medo! Eu estou com vocês até o fim!

Muitas vezes, em nossa vida, experimentamos angústias, decepções, fracassos, medos e nos trancamos no porão da nossa existência. É preciso abertura para que a luz do Ressuscitado afugente nossos tremores, deixar que a sua claridade atinja o mais recôndito do nosso ser, acalmando, suavizando e serenizando nosso coração.  



Nessa aparição de Jesus Ressuscitado, há um pormenor a ser considerado. No Evangelho diz que Jesus apareceu no meio dos discípulos. Esse versículo traz uma mensagem forte para a nossa vida. Jesus se coloca no centro da comunidade, Ele é o centro da Igreja e também deve ser o centro particular da vida de cada um de nós. E no centro está a nossa paz: Ele é a nossa paz!

Na aparição do Ressuscitado, faltava Tomé. Naturalmente, ele duvidou que Jesus Ressuscitado da morte tenha-lhes aparecido. Humanamente falando, Tomé necessitava de provas. Contudo, no primeiro dia da semana, eis que Jesus aparece-lhes outra vez, desejando a paz e tirando a prova de Tomé. E ele diz uma bem aventurança salvífica: Bem aventurados aqueles que creram sem terem visto. Somos esses benditos de Deus! Nunca vimos Jesus Ressuscitado, mas cremos que Ele está vivo em nossa fé; cremos no testemunho dos apóstolos que derramaram suas vidas pelo Kerigma (Anúncio da Vida, Paixão, Morte, Ressurreição e Ascenção de Jesus); cremos mais eficazmente quando na Eucaristia, Sacramento do Altar, comungamos seu Corpo e Sangue ressuscitados.

Ao ver Jesus, Tomé fez uma linda profissão de fé: meu Senhor e meu Deus! Diariamente, somos inspirados por Tomé a professar essa pequena e grandiosa fé diante de todos os acontecimentos mundo: Tu és meu Senhor e meu Deus, a Paz da minha vida!

segunda-feira, 17 de abril de 2017

domingo, 16 de abril de 2017

NOTA de apoio e solidariedade a nosso Pe. Luiz Alípio


        Com profundo pesar, que comunicamos o falecimento do senhor Carlos Luiz de Sousa, mais conhecido como Carlinhos, (Pai do Pe. Luiz Alípio), que veio a óbito no dia 15 em Sousa/PB.

       Toda a cidade do vale do Assú, bem como nossa Paróquia da Beata Lindalva e São Cristóvão, se solidariza com o Pe. Luiz e sua família neste momento difícil.


sábado, 15 de abril de 2017

sexta-feira, 14 de abril de 2017

As quatro noites da salvação

Pe. Luiz Alípio, scj!
 
A Liturgia da Vigília Pascal ou Sábado de Aleluia, é a Vigília das vigílias. É a maior festa cristã: Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Liturgicamente, iniciamos a celebração com a bênção do fogo novo que há de ascender o Círio Pascal, simbolizando a Luz que afugentou as trevas do desespero da morte. Cristo é a luz da nova vida n’Ele, por Ele, com Ele e para Ele.

A Igreja fica com as luzes apagadas, no escuro e o ministro da celebração entra carregando o Círio Pascal e cantando: “Eis a Luz de Cristo” e a assembleia responde à medida que ascendem as velas: “Demos graças a Deus”. Ao chegar no presbitério, entoa-se o Exulte, proclamando a Páscoa do Senhor, num harmonioso refrão: “Oh noite de alegria verdadeira! Que une de novo o céu e a terra inteira”. É a Noite das noites.

Na literatura bíblica, há quatro noites da salvação. A primeira noite foi quando o Senhor Deus se manifestou sobre o mundo para cria-lo. É a noite do Amor Humilde. O mundo estava em trevas, Deus veio com a luz e o salvou.

A segunda noite da salvação foi quando o Senhor se manifestou a Abraão. É a noite da Fé. Abraão é convidado a sacrificar seu único filho para provar se realmente ama o Senhor. Ele é convidado a sacrificar aquilo que mais ama: Isaac. Ele oferece a Deus o seu maior amor. É a noite da provação da fé.

A terceira noite da Salvação foi quando o Senhor se manifestou aos egípcios. É a noite da Esperança Libertadora. É a noite em que Moisés com o braço poderoso de Deus liberta do povo da escravidão no Egito.

E, por fim, a noite do Messias, ou do Amor Crucificado/Ressuscitado, do Amor Vitorioso. O Messias virá como luz na noite, Palavra no silêncio, Vida vitoriosa sobre a morte.

Eis a noite verdadeira. Uma noite de alegria. A noite do Amor glorioso e vitorioso. Eis a noite da Luz, uma luz brilhou no mais recôndito da nossa existência: a luz da ressurreição. Essa é a noite da fé, da fé no Cristo Ressuscitado. Essa é a noite da esperança cristã, a esperança na ressurreição. Essa é a noite da vida, vida ressuscitada. Aleluia! Aleluia! Ele vive! Oh noite gloriosa!

Celebração da Paixão do Senhor

      Após a Celebração da Paixão do Senhor, a assembleia foi em Via-sacra ao encontro dos fieis da capela de São José do Frutilândia até a capela de Santa Luzia no Dom Elizeu.





 

O CORAÇÃO DE JESUS ABERTO PELA LANÇA


Pe. João Leão Dehon, fundador da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus - Dehonianos!

“Mas um dos soldados perfurou-lhe o lado com uma lança e logo saiu sangue e água. Aquele que o viu é que o atesta… E isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura: nem um só dos meus ossos se há-de quebrar. E ainda: Hão-de olhar para aquele que trespassaram” (Jo 19, 34-36).

Primeiro Prelúdio: O último acto da Paixão de Cristo, a abertura do seu lado, explica e resume toda a vida do Salvador. Tomou um Coração para o abrir como a fonte de todas as graças.

Segundo Prelúdio: Dai-me, Senhor, a graça de beber nas fontes da santidade e do amor.

PRIMEIRO PONTO: A ferida. – Vamos ao Calvário, depois da morte de Jesus. A multidão afastou-se, os amigos ficam. Alguns soldados vêm verificar ou, se é o caso, apressar a morte dos pacientes, para que o espectáculo do seu suplício prolongado não entristeça o dia do sabbat.

Um dos soldados adiantou-se, portanto, e abriu o lado de Jesus com uma lança. É um grande mistério da história sagrada, onde tudo é mistério e acção divina. A ferida exterior é aqui a revelação simbólica da ferida interior, a do amor. O amor, eis o algoz de Jesus! Cristo morreu porque quis, foi o amor quem o matou … É assim que a Igreja canta, para saudar o Coração trespassado do seu esposo: «ó Coração vítima de amor, Coração ferido por amor. Coração morrendo de amor por nós!

Nosso Senhor permitiu este golpe de lança para chamar a nossa atenção para o seu coração, para nos fazer pensar no seu amor que é a fonte de todos os mistérios da salvação: as promessas do Éden, as profecias e as figuras da antiga lei, a acção providencial sobre o povo de Deus, a incarnação, a vida, os ensinamentos e a morte do Salvador. A abertura do lado de Jesus, é como a fonte que regava o paraíso terrestre, é como a fenda do rochedo que deu a água para saciar o povo de Israel.

SEGUNDO PONTO: O sangue e a água. – E saiu sangue e água, diz S. João. O ferro ao retirar-se deixou jorrar uma dupla fonte de sangue e de água, na qual os Padres da Igreja viram o símbolo desta outra maravilha de amor, os sacramentos, canais preciosos da graça da salvação. – Rio de água que, no santo baptismo e no banho da penitência, lava a alma da mácula original; rio de sangue que cai todas as manhãs nos cálices dos altares, para se expandir pelo mundo fora, consolar a Igreja sofredora do Purgatório e reanimar a Igreja que combate sobre a terra; rio refrescante, onde o coração, ressequido pelos trabalhos e pelas tentações, vai saciar-se de piedade, de caridade e de santa alegria.

Senhor, concedei-me beber desta água e deste sangue, para não mais tenha esta sede doentia das coisas do mundo que me tortura, e que eu seja inebriado pelo vosso amor.

TERCEIRO PONTO: «Olharão para dentro daquele que trespassaram». – É a palavra do profeta Zacarias, recordada por S. João. O profeta não disse: «Olharão para aquele que trespassaram», mas «olharão para dentro daquele que trespassaram: Videbunt in quem transfixerunt» (Jo 19, 38). S. João aplica estas palavras à abertura do lado de Jesus; devia pensar no interior de Jesus, no Coração mesmo de Jesus que ele pôde entrever pela chaga aberta do lado, no momento do embalsamamento.

Esta ferida entrega-nos e abre-nos o Coração de Jesus. Espiritualmente, nós aí lemos o amor que tudo deu, mesmo a vida. Neste amor mesmo, nós reconhecemos o motivo e o fim de todas as obras divinas: Deus criou-nos, resgatou-nos, santificou-nos por amor. No Coração de Jesus, é o fundo mesmo da natureza divina que nós penetramos na sua mais maravilhosa manifestação. «Deus é emot». S. João leu isto no Coração de Jesus.

Tenho necessidade de contemplar esta ferida para ver como eu sou amado e como por minha vez devo amar. Lá hei-de aprender como um coração amante deve agir, sofrer, tudo dar, até à morte, por Deus e pelas almas.

Vamos mais profundamente ainda, e vejamos tudo o que sofreu o mais delicado dos corações: os desprezos, as calúnias, as traições, os abandonos, as desistências. Todas as dores estão reunidas neste Coração e transbordam. Sentiu-as todas, a todas santificou. Nas nossas dores, por mais extremas que sejam, tenhamos confiança na simpatia e na compaixão deste Coração, que quis assemelhar-se a nós no sofrimento, para ser mais compassivo e mais misericordioso (Heb 2, 17).

Comecemos nós mesmos lamentar este amor que não é amado e por compadecer com as suas dores.

Resoluções. – A abertura do Coração de Jesus recorda-nos o seu amor, a sua bondade, o seu sofrimento. Ele espera de mim o amor em troca, a gratidão, a compaixão. Eis­me aqui, Senhor, para viver convosco e em Vós. Não permitais que eu jamais me separa de vós e que vos esqueça.

Colóquio com Jesus na cruz.

 

quinta-feira, 13 de abril de 2017

O verdadeiro amor como oferta

Pe. Luiz Alípio, scj!


Com a celebração da Ceia do Senhor, iniciamos o Tríduo Pascal, um tempo forte em nossa Igreja na qual ficamos imbuídos e introspectivos liturgicamente da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus.

Hoje, Quinta-feira Santa, a Liturgia celebra o dia em que Jesus instituiu o Sacramento da Eucaristia, no dizer de São João Maria Vianey, o Sacramento do Amor. A palavra Eucaristia significa “ação de graças”. Damos graças a Deus pela maior Graça que concedeu a humanidade: o Corpo e Sangue de Jesus Cristo sacramentalizados como comida e bebida para a salvação: “quem come este pão viverá eternamente” (Jo 6, 58).

Evidentemente, Jesus celebrou outras eucaristias, isto é, outras ceias/refeições, mas a última Ceia se destaca por ser não somente a última, mas sim pelo caráter mandatário de Cristo: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22, 19). Jesus deixou seu Corpo e Sangue como alimento e bebida para a vida do mundo: “Quem come minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna... Pois minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida” (Jo 6, 54-55).

Ao longo da história, a celebração da Ceia do Senhor recebeu outros nomes: Eucaristia, Ágape, Fração do Pão, Mesa do Senhor, Santo Sacrifício até chegar a palavra Missa que significa “Missão” ou “Despedida”. Participar da Celebração da Missa é assumir a tarefa de ser um verdadeiro cristão fora das quatro paredes da Igreja. É ser uma Eucaristia na vida do outro, isto é, um canal e instrumento da graça de Deus.

Simultaneamente a instituição da Ceia, Jesus ordena os apóstolos e sucessores para continuar a repetir o gesto salvífico da última ceia: os sacerdotes. Mais uma vez citamos a máxima de São João Maria Vianey: “O Sacerdote é o Amor do Coração de Jesus”, ele (o sacerdote) celebra esse grande amor. A palavra sacerdote significa “aquele que oferece”, ou seja, ele oferece o Santo Sacrifício da Missa. Ele não age em seu próprio nome, mas “in persona Christi” e “in persona Eclesiae”, ou seja, age na pessoa de Cristo e na pessoa da Igreja. Não é o padre que batiza, que perdoa os pecados, que assiste os casamentos, que celebra a Missa, mas é Cristo que batiza, perdoa, abençoa e oferece o Santo Sacrifício na mediação daquele que preside e confere. Na celebração Eucarística, o sacerdote oferece o amor velado nas espécies do pão e vinho que sustenta a Igreja. Como diz o Documento da Igreja da Sagrada Liturgia, “a Eucaristia é o ápice da Igreja” (SC 10).

Para nós cristãos católicos, a Missa é o maior ato expressivo de louvor a Deus. Um louvor não só litúrgico, mas existencial. É por isso que na Missa há três mesas: a Mesa da Palavra (alimentamos nossa fé ao escutar e refletir essa palavra), Mesa do Altar (alimentamos nossa vida espiritual com o verdadeiro pão do céu) e a Mesa da Caridade (dessa vez somos nós que alimentamos a vida do irmão que passa necessidade, numa palavra: solidariedade). A Caridade ou a solidariedade é o último gesto que Jesus institui no mais íntimo ser dos homens: o mandamento do amor, o rito do Lava-Pés que não é somente um rito, mas um exemplo a ser feito todos os dias. O amor não é uma opção, mas uma obrigação, um mandamento. Parafraseando São Paulo na Carta aos Coríntios, “ai de mim se eu não amar”. Quando Jesus lava os pés dos apóstolos, gesto tal que simboliza o abaixamento, serviço dos servos, o Mestre e Senhor deu-nos esse exemplo: não existem pessoas melhores do que as outras, mas sim, o que existe é o melhor serviço que prestamos no amor aos irmãos. Não fazemos simplesmente ao outro, mas porque enxergamos nele a face de Cristo.

Portanto, o amor é a palavra chave da liturgia de hoje: o amor que se humilha (lava-pés), amor que se imola (instituição da Eucaristia) e o Amor que se faz visível e atualiza o sacrifício do Altar (sacerdote). Diante do presente do mandamento do Amor e do Lavatório, só me resta que Cristo lave meus pés e a minha consciência. E tenho que que me abaixar para lavar os pés dos meus irmãos com a caridade. Diante do presente da Eucaristia, só me resta agradecer e recebe-la com o coração limpo e fazer-se eucaristia para meus irmãos. E diante do presente do sacerdócio, só me resta rezar a Deus para que mande santos sacerdotes à sua Igreja.

 

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Encerramento do Tríduo da Beata Lindalva

     Ontem, domingo (09) foi o encerramento do II Tríduo da Beata Lindalva, bem como Abertura da Semana Santa em nossa Paróquia.
      A celebração iniciou com a Procissão de Ramos pelas ruas do bairro, seguindo até a Matriz. Foi presidida pelo Bispo Dom. Mariano junto ao Pe. Luiz Alípio, Pe. Dian, Fr. Henrique e seminaristas.







 

domingo, 9 de abril de 2017

2º dia do Tríduo da Beata Lindalva

A celebração de sábado (08) marcou o 2º dia do Tríduo da Beata Lindalva e, foi presidida por Pe. Carlos Alberto junto ao Fr. Henrique e seminaristas.




Liturgia Diária

1a Leitura - Isaías 50,4-7
Leitura do livro do profeta Isaías.
50 4 O Senhor Deus deu-me a língua de um discípulo para que eu saiba reconfortar pela palavra o que está abatido. Cada manhã ele desperta meus ouvidos para que escute como discípulo;
5 (o Senhor Deus abriu-me o ouvido) e eu não relutei, não me esquivei.
6 Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros.
7 Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio: eis por que não me senti desonrado; enrijeci meu rosto como uma pedra, convicto de não ser desapontado.
Palavra do Senhor.

Salmo - 21/22
Meus Deus, me Deus, por que me abandonastes?

Riem de mim todos aqueles que me vêem,
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
“Ao Senhor se confiou, ele o liberte
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”

Cães numerosos me rodeiam furiosos,
e por um bando de malvados fui cercado.
Transpassaram minhas mãos e os meus pés
e eu posso contar todos os meus ossos.

Eles repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam entre si a minha túnica.
Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,
ó minha força, vinde logo em meu socorro!

Anunciarei o vosso nome a meus irmãos
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores,
glorificai-o, descendentes de Jacó,
e respeitai-o, toda a raça de Israel!

2a Leitura - Filipenses 2,6-11
Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses.
2 6 Jesus Cristo, sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus,
7 mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.
8 E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
9 Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes,
10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos.
11 E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor.
Palavra do Senhor.


Evangelho - Mateus 27,11-54

N = Narrador
L = Leitor
P = Presidente
G = Grupo

N (Narrador): Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo segundo Mateus - Naquele tempo, 27 11 Jesus compareceu diante do governador, que o interrogou:
L (Leitor): És o rei dos judeus?
P (Presidente): Sim.
N: Respondeu-lhe Jesus.
12 Ele, porém, nada respondia às acusações dos príncipes dos sacerdotes e dos anciãos.
13 Perguntou-lhe Pilatos:
L: Não ouves todos os testemunhos que levantam contra ti?
N: 14 Mas, para grande admiração do governador, não quis responder a nenhuma acusação.
15 Era costume que o governador soltasse um preso a pedido do povo em cada festa de Páscoa.
16 Ora, havia naquela ocasião um prisioneiro famoso, chamado Barrabás.
17 Pilatos dirigiu-se ao povo reunido:
L: Qual quereis que eu vos solte: Barrabás ou Jesus, que se chama Cristo?
N: 18 (Ele sabia que tinham entregue Jesus por inveja.)
19 Enquanto estava sentado no tribunal, sua mulher lhe mandou dizer:
L: Nada faças a esse justo. Fui hoje atormentada por um sonho que lhe diz respeito.
N: 20 Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo que pedisse a libertação de Barrabás e fizesse morrer Jesus.
21 O governador tomou então a palavra:
L: Qual dos dois quereis que eu vos solte?
N: Responderam:
G (Grupo): Barrabás!
N: 22 Pilatos perguntou:
L: Que farei então de Jesus, que é chamado o Cristo?
N: Todos responderam:
G: Seja crucificado!
N: 23 O governador tornou a perguntar:
L: Mas que mal fez ele?
N: E gritavam ainda mais forte:
G: Seja crucificado!
N: 24 Pilatos viu que nada adiantava, mas que, ao contrário, o tumulto crescia. Fez com que lhe trouxessem água, lavou as mãos diante do povo e disse:
L: Sou inocente do sangue deste homem. Isto é lá convosco!
N: 25 E todo o povo respondeu:
G: Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!
N: 26 Libertou então Barrabás, mandou açoitar Jesus e lho entregou para ser crucificado.
27 Os soldados do governador conduziram Jesus para o pretório e rodearam-no com todo o pelotão.
28 Arrancaram-lhe as vestes e colocaram-lhe um manto escarlate.
29 Depois, trançaram uma coroa de espinhos, meteram-lha na cabeça e puseram-lhe na mão uma vara. Dobrando os joelhos diante dele, diziam com escárnio:
G: Salve, rei dos judeus!
N: 30 Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da vara, davam-lhe golpes na cabeça.
31 Depois de escarnecerem dele, tiraram-lhe o manto e entregaram-lhe as vestes. Em seguida, levaram-no para o crucificar.
32 Saindo, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus.
33 Chegaram ao lugar chamado Gólgota, isto é, lugar do crânio.
34 Deram-lhe de beber vinho misturado com fel. Ele provou, mas se recusou a beber.
35 Depois de o haverem crucificado, dividiram suas vestes entre si, tirando a sorte. Cumpriu-se assim a profecia do profeta: Repartiram entre si minhas vestes e sobre meu manto lançaram a sorte.
36 Sentaram-se e montaram guarda.
37 Por cima de sua cabeça penduraram um escrito trazendo o motivo de sua crucificação: Este é Jesus, o rei dos judeus.
38 Ao mesmo tempo foram crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita e outro à sua esquerda.
39 Os que passavam o injuriavam, sacudiam a cabeça e diziam:
G: 40 Tu, que destróis o templo e o reconstróis em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!
N: 41 Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos também zombavam dele:
G: 42 Ele salvou a outros e não pode salvar-se a si mesmo! Se é rei de Israel, desça agora da cruz e nós creremos nele!
43 Confiou em Deus, Deus o livre agora, se o ama, porque ele disse: Eu sou o Filho de Deus!
44 E os ladrões, crucificados com ele, também o ultrajavam.
45 Desde a hora sexta até a nona, cobriu-se toda a terra de trevas.
46 Próximo da hora nona, Jesus exclamou em voz forte:
P: Eli, Eli, lammá sabactáni?
N: O que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?
47 A estas palavras, alguns dos que lá estavam diziam:
G: Ele chama por Elias.
N: 48 Imediatamente um deles tomou uma esponja, embebeu-a em vinagre e apresentou-lha na ponta de uma vara para que bebesse.
49 Os outros diziam:
G: Deixa! Vejamos se Elias virá socorrê-lo.
N: 50 Jesus de novo lançou um grande brado, e entregou a alma.
(Todos se ajoelham num momento de silêncio).

51 E eis que o véu do templo se rasgou em duas partes de alto a baixo, a terra tremeu, fenderam-se as rochas.
52 Os sepulcros se abriram e os corpos de muitos justos ressuscitaram.
53 Saindo de suas sepulturas, entraram na Cidade Santa depois da ressurreição de Jesus e apareceram a muitas pessoas.
54 O centurião e seus homens que montavam guarda a Jesus, diante do estremecimento da terra e de tudo o que se passava, disseram entre si, possuídos de grande temor:

G: Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus!
N: Palavra da Salvação.