Paróquia Beata Lindalva e São Cristóvão: 2018

sábado, 5 de maio de 2018

Liturgia Diária - 6º DA PÁSCOA



6º DA PÁSCOA

(branco – 2ª semana do saltério)

Grande é a nossa alegria em saber que Deus nos ama e nos deu a conhecer a sua salvação. O amor é o que nos une como comunidade de batizados para celebrar com fervor este dia de júbilo em honra de Cristo, nossa Páscoa. Animados pelo Espírito de Deus, celebremos como amigos e amigas de Jesus e busquemos nos fortalecer no amor e na doação em favor de nossos irmãos e irmãs.
Primeira Leitura: Atos 10,25-26.34-35.44-48


Leitura dos Atos dos Apóstolos – 25Quando Pedro estava para entrar em casa, Cornélio saiu-lhe ao encontro, caiu a seus pés e se prostrou. 26Mas Pedro levantou-o, dizendo: “Levanta-te. Eu também sou apenas um homem”. 34Então, Pedro tomou a palavra e disse: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. 35Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença”. 44Pedro estava ainda falando quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a palavra. 45Os fiéis de origem judaica, que tinham vindo com Pedro, ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo fosse derramado também sobre os pagãos. 46Pois eles os ouviam falar e louvar a grandeza de Deus em línguas estranhas. Então Pedro falou: 47“Podemos, por acaso, negar a água do batismo a estas pessoas que receberam, como nós, o Espírito Santo?” 48E mandou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Eles pediram, então, que Pedro ficasse alguns dias com eles. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 97(98)


O Senhor fez conhecer a salvação / e revelou sua justiça às nações.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / porque ele fez prodígios! / Sua mão e o seu braço forte e santo / alcançaram-lhe a vitória. – R.
O Senhor fez conhecer a salvação, / e às nações, sua justiça; / recordou o seu amor sempre fiel / pela casa de Israel. – R.
Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus. / Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / alegrai-vos e exultai! – R.
Segunda Leitura: 1 João 4,7-10


Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos, 7amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor. 9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados. – Palavra do Senhor.
Evangelho: João 15,9-17


Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9“Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11Eu vos disse isso para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena. 12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. 14Vós sois meus amigos se fizerdes o que eu vos mando. 15Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. 17Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”. – Palavra da salvação.
Reflexão:


Fruto do permanecer em Jesus é o amor que contagia e circula entre as pessoas: o Pai ama Jesus, que por sua vez ama seus seguidores e os convida a permanecer no seu amor. Guardando e vivendo seu mandamento, permaneceremos no seu amor. Além disso, Jesus convida os seus a se amarem uns aos outros, da mesma forma que ele os amou. A maior prova de amor que podemos demonstrar é dedicar a vida para o bem e a felicidade dos outros, a exemplo do Mestre. Quando as pessoas se amam de fato, surgem comunidades igualitárias e solidárias, onde seus membros não são mais senhores nem servos de ninguém e o seu relacionamento supera o nível de mestre-discípulo, para serem somente amigos. Aí haverá uma comunhão plena entre iguais. Escolhidos por Jesus para formar comunidades fraternas, os discípulos são enviados para dar continuidade à missão do Mestre: construir seu reino. Esta página do evangelho é clara ao nos mostrar que os cristãos se distinguem pela vivência do amor. A vivência do amor não é exclusiva dos cristãos, mas para eles é questão de identidade.

(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Você é um vencedor


Deus quem o atrai para vencer seus problemas

Você é um vencedor! Já é campeão desde o ponto de partida e tem tudo para continuar vitorioso até o final, mas tudo é uma questão de lutar. Quem te atrai é Deus; é Ele que faz de você: vitorioso.
O segredo é a abertura. A amizade é uma doação de igual para igual. Tudo entregar. Não posso pensar que não tenho nada para dar a Deus. Dou a mim mesmo e recebo-O.
Ele é o amigo que eu amo, o qual sou chamado a acolher. É Deus quem o atrai para vencer seus problemas, para que você seja feliz e realizado mesmo perante as dificuldades.
Se você não se deixa atrair por Deus, acaba se tornando um derrotado, infeliz. Deus não o criou para isso. A tentação faz de tudo para você se afastar de Deus e seguir a sua cabeça e a sua indisposição.
Por causa das suas emoções confusas e dos problemas, você acaba ficando indisposto e despreparado para a adoração. Mas saiba que Deus o está atraindo.



Monsenhor Jonas Abib

Salmo 56

Salmo Responsorial: 56(57)

Vou louvar-vos, Senhor, entre os povos.
  1. Meu coração está pronto, meu Deus, / está pronto o meu coração! / Vou cantar e tocar para vós: / desperta, minha alma, desperta! / Despertem a harpa e a lira, / eu irei acordar a aurora! – R.
  2. Vou louvar-vos, Senhor, entre os povos, / dar-vos graças por entre as nações! / Vosso amor é mais alto que os céus, / mais que as nuvens a vossa verdade! / Elevai-vos, ó Deus, sobre os céus, / vossa glória refulja na terra! – R.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Deus cuida de nós


Ninguém que confia no Senhor é decepcionado

Hoje é dia de São José operário, quando nós celebramos o dia do trabalhador. Vamos rezar juntos, intercedendo por aqueles que estão desempregados.
Vamos pedir a intercessão de São José, especialmente por quem necessita da graça de um emprego? Você pode estar hoje sem esperança, desanimado, com muitas dívidas e não sabe o que fazer.
Quero te convidar a olhar para São José neste dia e aprender com ele a ser um homem de fé. Ele mesmo quando não entendia o que estava acontecendo, confiou em Deus. Meus irmãos ninguém que confia no Senhor é decepcionado.
Vamos confiar em Deus, no seu cuidado e providência. Deus cuida de nós!

A cada dia Deus tem o nosso sustento!

Acredito que Deus provê e que Ele proverá! Vamos acreditar juntos!

São José Operário, rogai por nós!

O Senhor te abençoe!

Wellington Jardim (Eto)

terça-feira, 10 de abril de 2018

Novas criaturas

Por Elisângela Feitosa - Agente da PASCOM

Reunidos em torno da Palavra e da Eucaristia, somos convidados a ser um só coração e uma só alma, partilhando o que temos e somos – Jesus pede apenas sua essência, coração e alma. É na entrega total a Jesus que o reconhecemos como único Deus e Senhor. Por isso, que o Salmista diz:

Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.
1.      Deus é rei e se vestiu de majestade, / revestiu-se de poder e de esplendor!
2.      Vós firmastes o universo inabalável, † vós firmastes vosso trono desde a origem, / desde sempre, ó Senhor, vós existis!
3.      Verdadeiros são os vossos testemunhos, † refulge a santidade em vossa casa / pelos séculos dos séculos, Senhor!
Salmo Responsorial: 92(93)

O caminho da fé passa pelos desafios da missão e pela certeza de que Jesus ressuscitado acompanha cada passo nosso. Confiantes em Deus somos chamados a caminhar a favor de Sua vontade e obedientes anunciar as maravilhas de Deus “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a toda criatura!”.

Peçamos com fé, que O Ressuscitado nos ajude a ser novas criaturas, nascidas do alto!


terça-feira, 3 de abril de 2018

Ele ressuscitou


Por Elisângela Feitosa - Agente da PASCOM

Ele Ressuscitou, verdadeiramente, Aleluia! Jesus está vivo
Esta é a boa notícia que devemos anunciar: Jesus está vivo, venceu a morte! É com esta certeza que vivemos no Espírito Santo, pois é o Cristo vivo que nos dá este dom. Cada dia mais, devemos pedir ao Deus amoroso a graça do perdão, a graça de Sua misericórdia – pois o Pão imolado veio e ressurge para converter a todos; animar a toda a gente.
            O Salmo de hoje nos diz:

“Transborda em toda a terra a bondade do Senhor” (Sl. 32)

É com a certeza da ressurreição e misericórdia de Deus que devemos anunciar o amor verdadeiro. Rezemos confiantes:
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1.       1 Reta é a palavra do Senhor, / e tudo o que ele faz merece fé. / Deus ama o direito e a justiça, / transborda em toda a terra a sua graça. – R.
2.     2  Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem / e que confiam, esperando em seu amor, / para da morte libertar as suas vidas / e alimentá-los quando é tempo de penúria. – R.
3.      3 No Senhor nós esperamos confiantes, / porque ele é nosso auxílio e proteção! / Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, / da mesma forma que em vós nós esperamos! – R.

Pois esperemos confiantes em Deus. Suplique ao Deus de amor, por sua vida, sua proteção, sua conversão! Viva a presença de Deus a cada dia, assim como fez Maria Madalena, que aceitou o encontro pessoal com Cristo. É com a imagem de Madalena a procurar o Mestre que devemos almejar – ela chorou ao não ver o corpo de Jesus no sepulcro. Chorou, porque é natural sentir a ausência do outro. Mas, ao passo que não o vê ali, morto, crê que Jesus está vivo!
 Encontra o Senhor ressuscitado e O contempla. Jesus com seu amor infinito e sabendo da importância daquele momento, em especial, dá a ela a missão de anunciá-lo a comunidade e aos irmãos. E assim, foi ela, a primeira a evangelista da ressurreição de Jesus.
“Eu vi o Senhor!”disse Maria Madalena. (Evangelho João 20, 11-18) 
Que possamos, também nós, vivenciar este Tempo Pascal com fervor e fé na missão de anunciar o Cristo!

domingo, 1 de abril de 2018

Liturgia Diária - Páscoa

Resultado de imagem para pascoa da ressurreiçãoPÁSCOA DA RESSURREIÇÃO
(branco – 1ª semana do saltério)
Com sublime alegria nos reunimos para celebrar o acontecimento central de nossa fé: a ressurreição de Cristo. Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos, aleluia. Vencendo a morte, Jesus permanece conosco para sempre. A Eucaristia é para nós, que vimos e acreditamos, a força para testemunhar ao mundo a vida nova que dele recebemos.
Primeira Leitura: Atos 10,34.37-43

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 34Pedro tomou a palavra e disse: 37“Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: 38como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio, porque Deus estava com ele. 39E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz. 40Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se 41não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. 42E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu juiz dos vivos e dos mortos. 43Todos os profetas dão testemunho dele: ‘Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados’”. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 117(118)

Este é o dia que o Senhor fez para nós: / alegremo-nos e nele exultemos!
  1. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! / “Eterna é a sua misericórdia!” / A casa de Israel agora o diga: / “Eterna é a sua misericórdia!” – R.
  2. A mão direita do Senhor fez maravilhas, / a mão direita do Senhor me levantou. / Não morrerei, mas, ao contrário, viverei / para cantar as grandes obras do Senhor! – R.
  3. A pedra que os pedreiros rejeitaram / tornou-se agora a pedra angular. / Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: / que maravilhas ele fez a nossos olhos! – R.
Segunda Leitura: Colossenses 3,1-4

Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses – Irmãos, 1se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, 2onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. 4Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória. – Palavra do Senhor.
Evangelho: João 20,1-9

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – 1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram”. 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou. 9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos. – Palavra da salvação.
Na missa vespertina, pode-se também proclamar (Lucas 24,13-35):
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como que cegos e não o reconheceram. 17Então Jesus perguntou: “O que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?” 19Ele perguntou: “O que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”.
25Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando pelos profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. – Palavra da salvação.
Reflexão:

O primeiro dia da semana nos remete ao Gênesis, que descreve a criação. A partir da ressurreição de Jesus, nasce nova criação, nova humanidade. Maria Madalena madruga para se dirigir ao túmulo, e constata que o corpo de Jesus já não está aí. Assustada, volta para dar a notícia aos discípulos. Pedro e o outro discípulo correm ao sepulcro e constatam o que Maria anunciou. Os dois veem as mesmas coisas, mas têm percepções diferentes. Pela posição das faixas e do pano, creem e concluem que Jesus não é mais prisioneiro das mortalhas e seu corpo não fora roubado. O túmulo foi apenas o lugar do descanso do corpo de Jesus. Nesse primeiro dia da semana, aconteceu algo extraordinário que somente quem tem fé e muito amor consegue descobrir e crer. O discípulo amado nos dá o testemunho de que é possível crer e apostar na superação dos sinais de morte, para que a vida resplandeça em toda sua beleza e plenitude. É possível desatar as amarras que não deixam a vida florescer. A ressurreição de Jesus nos dá a certeza de que é possível promover a vida, colaborando para que a nova humanidade aconteça. Deus é amigo da vida, por isso ressuscita seu Filho Jesus, libertando-o das trevas da morte.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

O anúncio da Páscoa

Pe. Henrique Benjamim, scj

“Cantemos ao Senhor: é verdadeiramente glorioso!” 
          Queridos irmãos e irmãs!
Resultado de imagem para pascoa do senhorTransmito-vos o anúncio da Páscoa com estas palavras da Liturgia, que repercutem o antiquíssimo hino de louvor dos hebreus depois da travessia do Mar Vermelho. Conta o Livro do Êxodo (cf. 15, 19-21) que, depois de atravessarem o mar enxuto e terem visto os egípcios submersos pelas águas, Miriam – a irmã de Moisés e Aarão – e as outras mulheres entoaram, dançando, este cântico de exultação: “Cantai ao Senhor que Se revestiu de glória.          Precipitou no mar o cavalo e o cavaleiro!” Por todo o mundo, os cristãos repetem este cântico na Vigília Pascal, cujo significado é depois explicado na respectiva oração; uma oração que agora, na plena luz da Ressurreição, jubilosamente fazemos nossa: “Também em nossos dias, Senhor, vemos brilhar as vossas antigas maravilhas: se outrora manifestastes o vosso poder libertando um só povo da perseguição do Faraó, hoje assegurais a salvação de todas as nações fazendo-as renascer pela água do Batismo: fazei que todos os povos da terra se tornem filhos de Abraão e membros do vosso povo eleito”.
      O Evangelho revelou-nos o cumprimento das figuras antigas: com a sua morte e ressurreição, Jesus Cristo libertou o homem da escravidão radical, a do pecado, e abriu-lhe a estrada para a verdadeira Terra Prometida, o Reino de Deus, Reino universal de justiça, de amor e de paz. Este “êxodo” verifica-se, antes de mais nada, no íntimo do próprio homem e consiste num novo nascimento no Espírito Santo, efeito do Batismo que Cristo nos deu precisamente no mistério pascal. O homem velho cede o lugar ao homem novo; a vida anterior é deixada para trás, pode-se caminhar numa vida nova (cf. Rm 6, 4). Mas o “êxodo” espiritual é princípio duma libertação integral, capaz de renovar toda a dimensão humana, pessoal e social.
Sim, irmãos, a Páscoa é a verdadeira salvação da humanidade! Se Cristo – o Cordeiro de Deus – não tivesse derramado o seu Sangue por nós, não teríamos qualquer esperança, o destino nosso e do mundo inteiro seria inevitavelmente a morte. Mas a Páscoa inverteu a tendência: a Ressurreição de Cristo é uma nova criação, como um enxerto que pode regenerar toda a planta. É um acontecimento que modificou a orientação profunda da história, fazendo-a pender de uma vez por todas para o lado do bem, da vida, do perdão. Somos livres, estamos salvos! Eis o motivo por que exultamos do íntimo do coração: “Cantemos ao Senhor: é verdadeiramente glorioso!”
         O povo cristão, saído das águas do Batismo, é enviado por todo o mundo a testemunhar esta salvação, a levar a todos o fruto da Páscoa, que consiste numa vida nova, liberta do pecado e restituída à sua beleza original, à sua bondade e verdade. Continuamente, ao longo de dois mil anos, os cristãos – especialmente os santos – fecundaram a história com a experiência viva da Páscoa. A Igreja é o povo do êxodo, porque vive constantemente o mistério pascal e espalha a sua força renovadora em todo o tempo e lugar. Também em nossos dias a humanidade tem necessidade de um “êxodo”, não de ajustamentos superficiais, mas de uma conversão espiritual e moral. Necessita da salvação do Evangelho, para sair de uma crise que é profunda e, como tal, requer mudanças profundas, a partir das consciências.
           Queridos irmãos e irmãs! A Páscoa não efetua qualquer magia. Assim como, para além do Mar Vermelho, os hebreus encontraram o deserto, assim também a Igreja, depois da Ressurreição, encontra sempre a história com as suas alegrias e as suas esperanças, os seus sofrimentos e as suas angústias. E, todavia esta história mudou, está marcada por uma aliança nova e eterna, está realmente aberta ao futuro. Por isso, salvos na esperança, prosseguimos a nossa peregrinação, levando no coração o cântico antigo e sempre novo: “Cantemos ao Senhor: é verdadeiramente glorioso!”.

sábado, 31 de março de 2018

Liturgia Diária - Vigília Pascal

Resultado de imagem para vigilia pascalVIGÍLIA PASCAL
(branco – ofício próprio)
A Vigília Pascal se inicia com a celebração da luz, que contém três partes: a bênção do fogo, a procissão do círio pascal e a proclamação da Páscoa. Participemos com devoção desta celebração.
Primeira Leitura: Gênesis 1,1.26-31 – mais breve

Leitura do livro do Gênesis – 1No princípio Deus criou o céu e a terra. 26Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e segundo a nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais de toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra”. 27E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou: homem e mulher os criou. 28E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, sobre os pássaros do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a terra”. 29E Deus disse: “Eis que vos entrego todas as plantas que dão semente sobre a terra e todas as árvores que produzem fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. 30E a todos os animais da terra, e a todas as aves do céu, e a tudo o que rasteja sobre a terra e que é animado de vida eu dou todos os vegetais para alimento”. E assim se fez. 31E Deus viu tudo quanto havia feito, e eis que tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto dia. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 103(104)

Enviai o vosso Espírito, Senhor, / e da terra toda a face renovai.
  1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor! / Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande! / De majestade e esplendor vos revestis / e de luz vos envolveis como num manto. – R.
  2. A terra vós firmastes em suas bases, / ficará firme pelos séculos sem fim; / os mares a cobriam como um manto, / e as águas envolviam as montanhas. – R.
  3. Fazeis brotar em meio aos vales as nascentes / que passam serpeando entre as montanhas; / às suas margens vêm morar os passarinhos, / entre os ramos eles erguem o seu canto. – R.
  4. De vossa casa, as montanhas irrigais, / com vossos frutos saciais a terra inteira; / fazeis crescer os verdes pastos para o gado / e as plantas que são úteis para o homem. – R.
  5. Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras, / e que sabedoria em todas elas! / Encheu-se a terra com as vossas criaturas! / Bendize, ó minha alma, ao Senhor! – R.
Segunda Leitura: Gênesis 22,1-2.9-13.15-18 – mais breve

Leitura do livro do Gênesis – Naqueles dias, 1Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: “Abraão!” E ele respondeu: “Aqui estou”. 2E Deus disse: “Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá e oferece-o ali em holocausto sobre um monte que eu te indicar”. 9Chegados ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. 10Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho. 11E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: “Abraão! Abraão!” Ele respondeu: “Aqui estou!” 12E o anjo lhe disse: “Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único”. 13Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho. 15O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu 16e lhe disse: “Juro por mim mesmo – oráculo do Senhor –, uma vez que agiste desse modo e não me recusaste teu filho único, 17eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. 18Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste”. – Palavra do Senhor.
Evangelho: Marcos 16,1-7

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – 1Quando passou o sábado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para ungir o corpo de Jesus. 2E bem cedo, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, elas foram ao túmulo. 3E diziam entre si: “Quem rolará para nós a pedra da entrada do túmulo?” 4Era uma pedra muito grande. Mas, quando olharam, viram que a pedra já tinha sido retirada. 5Entraram, então, no túmulo e viram um jovem, sentado ao lado direito, vestido de branco. E ficaram muito assustadas. 6Mas o jovem lhes disse: “Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou. Não está aqui. 7Vede o lugar onde o puseram. Ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele irá à vossa frente, na Galileia. Lá vós o vereis, como ele mesmo tinha dito”. – Palavra da salvação.
Pode haver breve homilia. A seguir, inicia-se a liturgia do batismo.
Reflexão:

Relação das demais leituras e salmos (em ordem)
  • Salmo responsorial 15(16)
  • III leitura (Êxodo 14,15-15,1)
  • Salmo responsorial (Ex 15)
  • IV leitura (Isaías 54,5-14)
  • Salmo responsorial 29(30)
  • V leitura (Isaías 55,1-11)
  • Salmo responsorial (Is 12)
  • VI leitura (Baruc 3,9-15.32–4,4)
  • Salmo responsorial 18(19)
  • VII leitura (Ezequiel 36,16-28)
  • Salmo responsorial 41(42)
  • Carta (Romanos 6,3-11)
  • Salmo responsorial 117(118)
REFLEXÃO
O sol surge no horizonte, é o primeiro dia de uma nova semana, símbolo da nova e definitiva humanidade, que inicia com a ressurreição de Jesus. As mulheres se interrogam: Quem poderá remover a pedra que esconde o corpo do Senhor morto? Preocupadas com a própria impotência, ainda não compreendem que a sexta-feira da morte já tinha passado. Levantando os olhos, viram que seu problema estava resolvido, a pedra está removida. Ao verem o sepulcro aberto, elas entram. Ao verem o jovem, elas se assustam, mas ele as tranquiliza, dizendo que o Ressuscitado as espera na Galileia. Devem abandonar Jerusalém e os ideais antigos, para iniciarem a missão na periferia. Onde Jesus começou sua missão é o lugar onde a comunidade dos seus seguidores deve iniciar a própria missão. Todo seguidor de Jesus é convidado a refazer o caminho do Mestre, iniciando na Galileia. A solene liturgia do sábado santo, a vigília das vigílias, deve nos transformar em alegres mensageiros da Boa-nova do Ressuscitado. A partir da ressurreição, Cristo acompanha as comunidades com o Espírito Santo prometido.

sexta-feira, 30 de março de 2018

Liturgia Diária - Paixão do Senhor

Resultado de imagem para paixão de cristoPAIXÃO DO SENHOR – DIA DE JEJUM E ABSTINÊNCIA
(vermelho – ofício próprio)
Solidário aos pequenos e pobres, Jesus assume a cruz por fidelidade à missão que o Pai lhe confiou. Nesta tarde, unimo-nos a ele, servo sofredor, e acompanhamos seus passos rumo ao julgamento e à condenação. Despojamento e silêncio marcam esta celebração, que consta de três partes: liturgia da Palavra; adoração de Cristo na cruz; rito da comunhão. Celebremos em comunhão com todos os sofredores da comunidade.
Primeira Leitura: Isaías 52,13–53,12

Leitura do livro do profeta Isaías – 13Ei-lo, o meu servo será bem-sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. 14Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo – tão desfigurado ele estava, que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano –, 15do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em silêncio, vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que jamais ouviram. 53,1Quem de nós deu crédito ao que ouvimos? E a quem foi dado reconhecer a força do Senhor? 2Diante do Senhor ele cresceu como renovo de planta ou como raiz em terra seca. Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. 3Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso dele. 4A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e humilhado! 5Mas ele foi ferido por causa de nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes; a punição a ele imposta era o preço da nossa paz, e suas feridas, o preço da nossa cura. 6Todos nós vagávamos como ovelhas desgarradas, cada qual seguindo seu caminho; e o Senhor fez recair sobre ele o pecado de todos nós. 7Foi maltratado e submeteu-se, não abriu a boca; como cordeiro levado ao matadouro ou como ovelha diante dos que a tosquiam, ele não abriu a boca. 8Foi atormentado pela angústia e foi condenado. Quem se preocuparia com sua história de origem? Ele foi eliminado do mundo dos vivos; e por causa do pecado do meu povo, foi golpeado até morrer. 9Deram-lhe sepultura entre ímpios, um túmulo entre os ricos, porque ele não praticou o mal nem se encontrou falsidade em suas palavras. 10O Senhor quis macerá-lo com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá descendência duradoura e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor. 11Por esta vida de sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu servo, o justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas. 12Por isso, compartilharei com ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os valentes seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado como um malfeitor; ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos pecadores. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 30(31)

Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.
  1. Senhor, eu ponho em vós minha esperança; / que eu não fique envergonhado eternamente! / Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, / porque vós me salvareis, ó Deus fiel! – R.
  2. Tornei-me o opróbrio do inimigo, / o desprezo e zombaria dos vizinhos / e objeto de pavor para os amigos; / fogem de mim os que me veem pela rua. / Os corações me esqueceram como um morto, / e tornei-me como um vaso espedaçado. – R.
  3. A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio / e afirmo que só vós sois o meu Deus! / Eu entrego em vossas mãos o meu destino; / libertai-me do inimigo e do opressor! – R.
  4. Mostrai serena a vossa face ao vosso servo / e salvai-me pela vossa compaixão. / Fortalecei os corações, tende coragem, / todos vós que ao Senhor vos confiais! – R.
Segunda Leitura: Hebreus 4,14-16; 5,7-9

Leitura da carta aos Hebreus – Irmãos, 14temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. 15Com efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. 16Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno. 5,7Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. 8Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu. 9Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem. – Palavra do Senhor.
Evangelho: João 18,1–19,42

N (Narrador): Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 1Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. 2Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos. 3Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus e chegou ali com lanternas, tochas e armas. 4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e disse:
P (Presidente): A quem procurais?
N: 5Responderam:
G (Grupo ou assembleia): A Jesus, o nazareno.
N: Ele disse:
P: Sou eu.
N: Judas, o traidor, estava junto com eles. 6Quando Jesus disse “sou eu”, eles recuaram e caíram por terra. 7De novo lhes perguntou:
P: A quem procurais?
N: Eles responderam:
G: A Jesus, o nazareno.
N: 8Jesus respondeu:
P: Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem.
N: 9Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito: “Não perdi nenhum daqueles que me confiaste”. 10Simão Pedro, que trazia uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. 11Então Jesus disse a Pedro:
P: Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?
N: 12Então os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. 13Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o sumo sacerdote naquele ano. 14Foi Caifás que deu aos judeus o conselho: “É preferível que um só morra pelo povo”. 15Simão Pedro e outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote. 16Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro. 17A criada que guardava a porta disse a Pedro:
L (Leitor): Não pertences também tu aos discípulos desse homem?
N: Ele respondeu:
L: Não!
N: 18Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19Entretanto, o sumo sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento. 20Jesus lhe respondeu:
P: Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. 21Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse.
N: 22Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo:
L: É assim que respondes ao sumo sacerdote?
N: 23Respondeu-lhe Jesus:
P: Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates?
N: 24Então Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o sumo sacerdote. 25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe:
G: Não és tu, também, um dos discípulos dele?
N: Pedro negou:
L: Não!
N: 26Então um dos empregados do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse:
L: Será que não te vi no jardim com ele?
N: 27Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou. 28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a Páscoa. 29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse:
L: Que acusação apresentais contra este homem?
N: 30Eles responderam:
G: Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!
N: 31Pilatos disse:
L: Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei.
N: Os judeus lhe responderam:
G: Nós não podemos condenar ninguém à morte.
N: 32Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer. 33Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe:
L: Tu és o rei dos judeus?
N: 34Jesus respondeu:
P: Estás dizendo isso por ti mesmo ou outros te disseram isso de mim?
N: 35Pilatos falou:
L: Por acaso sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?
N: 36Jesus respondeu:
P: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui.
N: 37Pilatos disse a Jesus:
L: Então tu és rei?
N: Jesus respondeu:
P: Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz.
N: 38Pilatos disse a Jesus:
L: O que é a verdade?
N: Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus e disse-lhes:
L: Eu não encontro nenhuma culpa nele. 39Mas existe entre vós um costume, que pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos judeus?
N: 40Então, começaram a gritar de novo:
G: Este não, mas Barrabás!
N: Barrabás era um bandido. 19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus. 2Os soldados teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho, 3aproximavam-se dele e diziam:
G: Viva o rei dos judeus!
N: E davam-lhe bofetadas. 4Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:
L: Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro nele crime algum.
N: 5Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes:
L: Eis o homem!
N: 6Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar:
G: Crucifica-o! Crucifica-o!
N: Pilatos respondeu:
L: Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum.
N: 7Os judeus responderam:
G: Nós temos uma lei, e, segundo essa lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus.
N: 8Ao ouvir essas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. 9Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus:
L: De onde és tu?
N: Jesus ficou calado. 10Então Pilatos disse:
L: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?
N: 11Jesus respondeu:
P: Tu não terias autoridade alguma sobre mim se ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior.
N: 12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam:
G: Se soltas esse homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei declara-se contra César.
N: 13Ouvindo essas palavras, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Pavimento, em hebraico “Gábata”. 14Era o dia da preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus:
L: Eis o vosso rei!
N: 15Eles, porém, gritavam:
G: Fora! Fora! Crucifica-o!
N: Pilatos disse:
L: Hei de crucificar o vosso rei?
N: Os sumos sacerdotes responderam:
G: Não temos outro rei senão César.
N: 16Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. 17Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado Calvário, em hebraico “Gólgota”. 18Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio. 19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na cruz; nele estava escrito: “Jesus nazareno, o rei dos judeus”. 20Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego. 21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos:
G: Não escrevas “o rei dos judeus”, mas sim o que ele disse: “Eu sou o rei dos judeus”.
N: 22Pilatos respondeu:
L: O que escrevi está escrito.
N: 23Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura, em peça única de alto a baixo. 24Disseram então entre si:
G: Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será.
N: Assim se cumpria a Escritura que diz: “Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica”. Assim procederam os soldados. 25Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe:
P: Mulher, este é o teu filho.
N: 27Depois disse ao discípulo:
P: Esta é a tua mãe.
N: Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse:
P: Tenho sede.
N: 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e disse:
P: Tudo está consumado.
N: E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Todos se ajoelham e faz-se breve pausa.
N: 31Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32Os soldados foram e quebraram as pernas de um e, depois, do outro que foram crucificados com Jesus. 33Ao se aproximarem de Jesus e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35Aquele que viu dá testemunho, e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. 36Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: “Não quebrarão nenhum dos seus ossos”. 37E outra Escritura ainda diz: “Olharão para aquele que transpassaram”. 38Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus – mas às escondidas, por medo dos judeus –, pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus. Levou uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés. 40Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os judeus costumam sepultar. 41No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42Por causa da preparação da Páscoa e como o túmulo estava perto, foi ali que colocaram Jesus. – Palavra da salvação.
Reflexão:

O longo relato da paixão de Jesus, segundo João, é muito detalhado. O autor descreve com pormenores o processo de julgamento, condenação e morte de Jesus. A páscoa da cruz, como pode ser chamada a sexta-feira da paixão, expressa a tristeza e o luto, pois a comunidade-noiva perde temporariamente seu noivo. O justo é julgado e condenado pelas forças do mal. A cruz, instrumento de tortura, demonstra a crueldade humana inclinada ao pecado. Participando desse ritual, a comunidade expressa a rejeição da injustiça e se solidariza com os injustiçados do mundo de hoje. Por outro lado, a celebração da sexta-feira santa mostra que a páscoa foi possível através da cruz. Assim, a cruz, instrumento de tortura, torna-se sinal de vitória sobre a morte. São Cirilo de Alexandria dizia que Jesus “entregou sua alma nas mãos do Pai, para que nela e por ela nós alcancemos a luminosa esperança, sentindo e crendo firmemente que, depois de termos suportado a morte na carne, estaremos nas mãos de Deus, num estado de vida infinitamente melhor do que aquele que temos enquanto vivemos na carne”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)