Paróquia Beata Lindalva e São Cristóvão: Uma fonte de conversão

sexta-feira, 17 de março de 2017

Uma fonte de conversão

Pe. Luiz Alípio, scj!
 
Neste 3º Domingo da Quaresma, a liturgia nos apresenta o diálogo de Jesus com a samaritana (Jo 4). Neste diálogo, percebemos muitas coisas interessantes que merecem ser destacadas para alimentarmos nosso espírito quaresmal.

A primeira coisa é a humanidade de Jesus. Ele sente sede e cansaço. Nossa fé cristã professa que Jesus é verdadeiramente divino e verdadeiramente humano. A sua humanidade mostra-se explicita. Na Quaresma, nos deparamos com a nossa humanidade: virtudes a seres mantidas e defeitos a serem corrigidos. Muitas vezes, nossos propósitos penitenciais não passam do papel escrito, pois sempre estamos acusando a nossa fraqueza de ser maior que a vontade. Humanidade não significa fraquezas e defeitos, pelo contrário, é uma gama de inteireza da pessoa. Na fraqueza podemos encontrar a força da superação (2Cor 12, 10). É preciso mais do que vontade para cumprir nossos propósitos. É necessário sentir verdadeiramente sede de Jesus para entrarmos na linha.

O segundo ponto: Jesus conversa com uma mulher, pertencente a um povo “inimigo” do judeu. Jesus dialoga com o diferente, se aproxima, busca a paz e a reconciliação. São Paulo entendeu bem o recado de Jesus ao dizer: “Ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio” (Ef 2, 14). É nossa missão quaresmal fazer a mesma coisa: cutivar o desejo de reaproximação, de misericórdia para com o nosso próximo. Não construir muros de intrigas, inimizades, rancores, mágoas, mas, no dizer do Papa Francisco, levantar pontes de comunicação. Como fazer isso? Para com aqueles que temos dificuldades no relacionamento, podemos rezar por ele, ser cordial, sentir feliz com suas realizações, se houver oportunidade ajude-o concretamente.

Um terceiro ponto: no desenrolar do diálogo, o sedento (Jesus) oferece a samaritana a verdadeira água viva, isto é, o Espírito de Deus dado no Batismo. É necessario nascer do alto, do Espírito (Jo 3, 5-7), para estar saciado da presença de Deus. Jesus oferece aquilo que há de melhor para as pessoas: a salvação. Devemos oferecer também o que há de melhor neste tempo de conversão: a oração, o jejum e a caridade.

Um quarto ponto seria o reconhecimento do povoado sobre Jesus: “verdadeiramente é o salvador do mundo”! O caminho de conversão, de volta, de encantamente em Jesus suscita em nós essa expressão: Ele é o salvador e Senhor da minha vida. Só em Jesus “nós nos movemos, existimos e somos” (At 17, 28). Só em Jesus Cristo o homem encontra sua verdadeira identidade. Assim aconteceu com aquele povoado, como também acontece com milhares de pessoas. Nossa comunidade, verdadeiramente sente isso? É necessário beber da fonte para a nossa conversão diária.

Portanto, esses elementos nos ajudam a vivenciar a quaresma com mais autenticidade. No dizer do Papa Emérito Bento XVI, uma verdadeira vivencia litúrgica é uma verdadeira aula de catequese. Que a Liturgia desse 3º Domingo da Quaresma nos ajude a buscar a constante fonte da conversão.

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