Pe. Luiz Alípio, scj!

A primeira coisa é a humanidade de Jesus. Ele sente sede e
cansaço. Nossa fé cristã professa que Jesus é verdadeiramente divino e
verdadeiramente humano. A sua humanidade mostra-se explicita. Na Quaresma, nos
deparamos com a nossa humanidade: virtudes a seres mantidas e defeitos a serem
corrigidos. Muitas vezes, nossos propósitos penitenciais não passam do papel
escrito, pois sempre estamos acusando a nossa fraqueza de ser maior que a
vontade. Humanidade não significa fraquezas e defeitos, pelo contrário, é uma
gama de inteireza da pessoa. Na fraqueza
podemos encontrar a força da superação (2Cor 12, 10). É preciso mais do que
vontade para cumprir nossos propósitos. É necessário sentir verdadeiramente
sede de Jesus para entrarmos na linha.
O segundo ponto: Jesus conversa com uma mulher,
pertencente a um povo “inimigo” do judeu. Jesus dialoga com o diferente, se
aproxima, busca a paz e a reconciliação. São Paulo entendeu bem o recado de
Jesus ao dizer: “Ele é a nossa paz, o qual de
ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio”
(Ef 2, 14). É nossa missão quaresmal fazer a mesma coisa: cutivar o desejo de
reaproximação, de misericórdia para com o nosso próximo. Não construir muros de
intrigas, inimizades, rancores, mágoas, mas, no dizer do Papa Francisco,
levantar pontes de comunicação. Como fazer isso? Para com aqueles que temos
dificuldades no relacionamento, podemos rezar por ele, ser cordial, sentir
feliz com suas realizações, se houver oportunidade ajude-o concretamente.
Um terceiro
ponto: no desenrolar do diálogo, o sedento (Jesus)
oferece a samaritana a verdadeira água viva, isto é, o Espírito de Deus
dado no Batismo. É necessario nascer do alto, do Espírito (Jo 3, 5-7), para
estar saciado da presença de Deus. Jesus oferece aquilo que há de melhor para
as pessoas: a salvação. Devemos oferecer também o que há de melhor neste tempo
de conversão: a oração, o jejum e a caridade.
Um
quarto ponto seria o reconhecimento do
povoado sobre Jesus: “verdadeiramente é o salvador do mundo”! O caminho de
conversão, de volta, de encantamente em Jesus suscita em nós essa expressão:
Ele é o salvador e Senhor da minha vida. Só em Jesus “nós nos movemos, existimos e somos” (At 17, 28). Só em Jesus
Cristo o homem encontra sua verdadeira identidade. Assim aconteceu com aquele
povoado, como também acontece com milhares de pessoas. Nossa comunidade,
verdadeiramente sente isso? É necessário beber da fonte para a nossa conversão
diária.
Portanto,
esses elementos nos ajudam a vivenciar a quaresma com mais autenticidade. No
dizer do Papa Emérito Bento XVI, uma verdadeira vivencia litúrgica é uma
verdadeira aula de catequese. Que a Liturgia desse 3º Domingo da Quaresma nos
ajude a buscar a constante fonte da conversão.
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