
No jardim, havia uma árvore da qual
Deus proibira comer. A natureza humana sempre se mostrou propensa ao que é
proibido. Ela não se aquieta até experimentá-lo. Essa “árvore do conhecimento do Bem e do Mal” (Gn 2, 9) simboliza a
soberba, o orgulho, a prepotência, arrogância e autossuficiência do homem para
com Deus. Plasmado desses atributos, o homem vive nem necessitar da
intervenção divina. Vive como se Deus não existisse.
A serpente representa todos os meios possíveis para desviar o homem dos
caminhos de Deus. A personificação do mal é o diabo, cuja palavra significa aquele que divide, que rompe, que separa.
Sua função é exclusivamente fomentar discórdias e conflitos na vida das
pessoas, levando-os a separar-se de Deus. O diabo tentou o primeiro casal a
experimentarem do pecado. Vencido pela tentação, “eles ficaram despidos” (Gn 3, 7), ou seja, envergonhados de terem desobedecidos as ordens de Deus. O pecado é
essa vergonha que carregamos por desobedecer aos mandamentos de Deus.
Na segunda leitura (Rm 5, 12-19),
Jesus é o novo Homem que vence toda e qualquer inclinação para o mal. Se por um
homem veio a morte, por um homem também virá a vida. Se por Eva nos veio o pecado,
por Maria nos veio a graça. A mensagem de Paulo é que o pecado e a morte não
são as últimas palavras, mas sim a vida e a salvação por meio de Cristo Jesus.

Logo depois, o diabo tenta Jesus a ter uma vida de fácil êxito, sem muito esforço,
sem renúncias, contrário aquilo que ele pregou: “tome sua cruz e renuncie a si
mesmo” (Lc 9, 23). O diabo promete todos os reinos da terra. Que mentira!
Os reinos não pertencem a ele, o mundo nunca foi criado por ele, para ele e com
ele. É o contrário, o mundo foi criado para Cristo, com Cristo e em Cristo (Cl
1, 15-20). A recompensa de seguir Jesus
não implica a glória terrena, mas aquilo que há de mais precioso na labuta
crista: a vida eterna.
E por fim, a terceira tentação é uma proposta de poder, prestigio e dominação.
Jesus responde com outra proposta: perdoar aqueles que nos ofenderam (Mt 6, 12),
aprender com ele a simplicidade e humildade de coração (Mt 11, 29) ... nas
palavras do padre Dehon, “a única violência permitida por Jesus é a violência
do amor”, o poder exercido em seu reinado é amar e servir. Contra a proposta
mundana, Jesus nos advertiu: “entre vocês não devem ser assim” (Mt 20, 26). Com
isso, Jesus rejeita todas as tentações.
Não esqueçamos que as Palavras das
Sagradas Escrituras são essenciais para vencermos as propostas que agridem
nossa fé: “aquele que foi tentado, nos ajuda contra as tentações” (Hb 2, 18).
Se por acaso, cedermos a elas, não esqueçamos, de coração, pedir “piedade ao
Senhor, pois pecamos” (Sl 50, 2).
0 comentários:
Postar um comentário