Pe. Luiz Alípio, scj!

Originariamente, Pentecostes era
uma festa agrícola. Celebrava-se com muita alegria a colheita. Essa mesma
comemoração tinha outro nome: era a Festa das Semanas (Ex 34, 22). A festa era
calculada pela contagem de 7 semanas desde o começo da colheita de trigo. Com o
passar do tempo, essa festa foi tomando uma conotação religiosa: quando
celebrado a Páscoa, a festa de Pentecostes ou das Semanas, recebeu uma data
regular no calendário judaico, 7 semanas (50 dias) após a Páscoa.
No Novo Testamento, a Festa de
Pentecostes é a descida do Espírito sobre os discípulos, o dom das línguas, o
discurso de Pedro e a formação da primeira igreja cristã. Tudo isso encontramos
nos Atos dos Apóstolos capítulo 2. Pentecostes é também o nascimento da Igreja.
Mas antes de adentrarmos nessa solenidade, vamos elencar alguns dados bíblicos
sobre a presença do Espírito.
O Espírito Santo nas Sagradas Escrituras

No Novo Testamento, mais
precisamente os Evangelhos, o Espírito se chama de pneuma, entendido também como força de Deus (Mc 1, 12) e é por essa
força que Jesus expulsa dos demônios (Mt 12, 28). Como também recebe o nome de paraclito que significa advogado e
intercessor (Jo 14, 26).
No começo da Igreja, mais
precisamente narrado nos Atos dos Apóstolos, é o espírito que ensina os
discípulos o que dizer (Lc 12, 12); é a força do Alto (Lc 24, 49); revela os
mistérios de Deus (At 11, 28); dirige os ministros da Igreja nas decisões
importantes (At 13, 22); é também liberdade e princípio do Amor (2Cor 3, 17).
São Pedro chega a afirmar que a função do Espírito é de santificar os crentes
(1Pd 1, 2)
Ainda nas Sagradas Escrituras,
encontramos os frutos e dons do Espírito. São Paulo enumera os frutos do
Espírito: alegria, fidelidade, castidade,
amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança (Gl 5, 22). Conforme o Catecismo
da Igreja Católica, esses frutos do Espírito são as perfeições que o Espírito
Santo forma em nós, como primícia da glória eterna (n.1832).

Já
sobre os dons do Espírito, encontramo-nos no profeta Isaias, a saber: Sabedoria, Inteligência, Conselho,
Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus (Is 11, 1-3). Esses dons tornam
os fieis dóceis para obedecer prontamente às inspirações divinas, afirma o
Catecismo da Igreja Católica (n. 1831).
Esse
mesmo Espírito é o responsável pelos carismas, dons e talentos na Igreja. Há diversidades de dons, mas o Espírito é
mesmo (1Cor 12, 4).
A Liturgia de Pentecostes

O
Espírito que dirige a Igreja contem essas características. Não somos guiados
pelo vento mundano, mas pelo hálito de Deus, pela força do Senhor, cuja
decisoes, propostas e realizações são inspiradas por esse tão excelso
auxiliador. Prova disso é o refrão do salmo: Envia teu Espírito Senhor e renova a face da terra (Sl 103).
Já na
segunda leitura (1Cor 13, 3-13), fala de que a Igreja é formada por pessoas que
põe em comum seus dons, talentos e carismas, tendo como fonte o Espírito Santo.
O talento de cantar, de pregar, de tocar instrumentos musiciais, de trabalhar
com crianças, jovens, adolencentes e idosos; de visitar os presidios, hospitais
e pefirerias, enfim, todos os trabalhos desenvilvidos na Igreja são as ações
impressas do Espírito em nossa vida para serem partilhadas, não por vaidade,
mas sim, para a glória de Deus.
No Evangelho
de hoje (Jo 20, 19-23), Jesus sopra sobre seus apóstolos, conferindo-lhes o dom
do Espírito Santo. Recebemos esse mesmo sopro no Batismo e confirmado no
sacramento da Crisma. E esse Espírito é a presença continuada de Jesus.
Mensagem Final
Depois dessa
breve explanação, necessitamos de abertura para que o Espírito se manifeste
diariamente. Muitas vezes, é preciso abrir as janelas e portas da alma para
entrar o frescor do vento a fim de nao morfar as coisas dadas por Deus.
Trancados e fechados em si mesmos, corremos o grave risco de deixar morfar o
sentido a dinamicidade da vida, enterrar os talenos e dons, se acomodar num
marasmo e viver de pessimismo. O vento do Espírito impede o morfo das coisas
maravilhosas deixadas por Deus impregnadas em cada um de nós.

Abramos
as janelas do coração como fez o Papa João XXXIII e rezemos esta linda oração
composta por Santa Maria Madalena de Pazzi:
Vem, Espírito Santo. Venha na unidade do
Pai e do bem-querer do Verbo. Tu, Espírito da Verdade, és o prèmio dos santos,
o refrigério dos corações, a luz das trevas, a riqueza dos pobres, o tesouro do
que amam, a saciedade dos famintos, o alívio dos peregrinos; tu és, enfim,
aquele que contém em si todos os tesouros.
Vem, tu que, descendo em Maria,
realizaste a encarnação do Verbo, e realiza em nós, pela graça, o que nela
realizaste pela graça e pela natureza.
Vem, tu que és o alimento de todo
pensamento casto, a fonte de toda clemência, a plenitude de toda pureza.
Vem e transforma tudo o que em nós é
obstáculo para sermos plenamente transformados em ti.
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