A
Liturgia do 12º Domingo do Tempo Comum nos apresenta a problemática da fé ante
o medo (Mt 10, 26-33). Nas Sagradas Escrituras a fé implica conhecimento,
confiança e força em Deus, o contrário seria desconfiança, insegurança, pavor e
fraqueza, a isso chamamos de medo. Naturalmente esses dois elementos coabitam
no homem. Ao mesmo tempo que sentimos fé, isto é, cultivamos uma vida de oração,
de comunhão e de caridade, também sentimos medo do escuro, da solidão, da morte
e da doença.
Esses
dois elementos interferem na totalidade do homem, isto é, Alma, Corpo, Espírito.
Na fé conseguimos tranquilizar
nossos sentimentos, suportar as fadigas do corpo, e elevar nossa alma as
alturas. No medo, sentimos o corpo
tremulo, há um bloqueio da mente que impede o raciocínio e muitas vezes caímos
no desespero perdendo a paz. Contudo não há uma forma mágica para vencer os
medos, ou criar uma fortaleza sobre a fé, mas há sim uma maneira de
compreendendo a fé, encarar os medos. Jesus conhecendo a fragilidade humana, no
evangelho de hoje, repete três vezes a expressão: Não tenhas medo! E qual seria esse medo? Medo de escurecer a fé, de
chegar até mesmo a negá-la devido à pressão psicológica e as ameaças violentas
ao corpo. Historicamente falando, muitos cristãos recuaram na fé para não serem
martirizados, outros se disfarçaram para salvar a vida, enquanto que uma outra
parte morreram como verdadeiros heróis da fé.
Atualmente
nos países do Oriente Médio, assistimos pelos meios de comunicação, a
resistência da minoria dos cristãos ante ao pavor do fundamentalismo islâmico.
São cristãos corajosos, ousados e encorajados pela palavra do Senhor que diz não têm medo daqueles que matam o corpo, mas
não matam a alma.
Jesus
nos alerta para um outro tipo de medo que se camufla nas relações com a fé: diante
de muitas filosofias e ensaios da vida, não podemos relativizar a nossa fé por
mera questão de convencionalismo, diante de tantos perigos espirituais, de
noites escuras, não duvidemos de que o Senhor
está do nosso lado, como esteve também com Jeremias, quando o perigo
atingir a matéria corporal, ou simplesmente se declarar diante do Pai, o Senhor
misteriosamente sofre conosco, se solidariza na dor, como também na vida
eterna; não podemos ter medo de expressar nossos sentimentos religiosos, nossa
maneira saudável de crer em Deus, nossas devoções pessoais, e não ter medo de
dar oportunidade a apresentar Jesus.
Conta-se que uma vez
nos Estados unidos, um jovem universitário, estava sentado na escadaria,
triste, de cabeça baixa e de repente apareceu um funcionário e lhe perguntou: _O
que está passando com você? Ele
respondeu: _Muitos problemas, muitas coisas que eu não sei como resolver. Então
ele replicou: _Você já deixou Jesus entrar em sua vida? Portanto na
oportunidade, não podemos ter medo de apresentar Jesus para as pessoas, e assim
despertar a fé nos outros.
Pe. Luiz Alipio de Sousa Neto
SCJ.
0 comentários:
Postar um comentário