Paróquia Beata Lindalva e São Cristóvão: Vencendo as três grandes tentações contra a Palavra

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Vencendo as três grandes tentações contra a Palavra


Pe. Luiz Alípio, scj!
A Liturgia do XV Domingo do Tempo Comum nos apresenta a temática da Palavra. No Evangelho de hoje (Mt 13, 1-23), Jesus apresenta a parábola do semeador que lança as sementes em diversos tipos de terrenos, contudo, apenas em terra boa a semente produziu frutos. Os outros terrenos não tiveram o mesmo sucesso devido a três grandes tentações contra a Palavra: o Maligno, os sofrimentos e as perseguições, e, por fim, as preocupações da vida e as ilusões das riquezas.

Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. São Pedro nos exorta em sua carta: o diabo é como um leão que vive rugindo, procurando a quem devorar. Resisti-lhes firmes na fé (1Pd 5, 8). A fé é o espaço de acolhimento da Palavra, onde ela se desenvolve e matura a pessoa humana. Decerto, algumas passagens bíblicas são complexas de serem compreendidas se lhes falta o recurso da fé, isto é, de plena aceitação da vontade do Senhor naquilo que Ele nos diz. Quando nos falta a fé, o Maligno nos devora com as cruéis duvidas, interrogações, indiferentismo e frieza diante da Palavra, nos devorando existencialmente e essencialmente. Praticar a fé é se distanciar, não dar espaço para as noites nebulosas que assombram nossa caminhada para Deus. Acreditar que a Palavra é uma luz em nossos caminhos, uma lâmpada a iluminar nosso existencial, afugentando as trevas do maligno.

A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra
e logo a recebe com alegria; mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento:
quando chega o sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo.
Jesus nos adverte em certas passagens: não vos preocupeis com o dia de amanhã (Mt 6, 34); vinde a mim vós todos que estais cansados e fatigados (Mt 11, 28); coragem, eu venci o mundo! (Jo 16, 33) Os sofrimentos e as perseguições não devem ser absolutizados em nossa vida, pois nos impedem o arvorecer da Palavra. Apresentemos sim, a Palavra aos nossos sofrimentos e perseguições, a fim de que, apesar dos absurdos da vida, mantemos os olhos fixos em Jesus. A Palavra do Senhor é capaz de dar sentido as nossas dores, enfermidades, labutas e preocupações. Como diz o antigo ditado: Não diga a Deus o tamanho do seu problema, mas diga ao seu problema o tamanho do seu Deus. Ela tem o poder de suavizar nosso drama existencial, como também nos inclina perante o mistério da vida e nos aponta para Deus.

A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto. Jesus nos adverte também: vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro (Lc 16, 13). Nossa maior preocupação e riqueza deveria ser guardar e manter viva a Palavra do Senhor como resposta aos nossos desafios diários. Do contrário, é incompatível e impossível a junção desses dois elementos para uma vida conscientemente feliz em Deus.

Portanto, essas três tentações são insistentes em nossa caminhada de cristãos que tem como objetivo desistir ou interromper o processo da fecundidade da Palavra em nosso coração. O verdadeiro cristão é aquele que cujo coração é a terra boa que produz frutos de conversão, de justiça, de solidariedade, de verdade e de caridade. A própria Palavra serviu como adubo para fertilizar o terreno. Foi resistente diante dessas três tentações. Peçamos a Deus que essa Palavra continue transformando, modificando a nossa vida e nos conservando sempre.

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