Pe. Luiz Alípio, scj!
A Liturgia desse final de semana,
celebra a Solenidade da Ascenção do Senhor Jesus ao Céus (Mt 28, 16-20). A Ascenção
do Senhor faz parte dos dogmas cristológicos: verdadeiramente, o Senhor subiu
aos céus. Nós professamos essa verdade de fé no Credo: “... e subiu aos céus,
onde está sentado à direita de Deus Pai Todo Poderoso...”. Mas o que significa
essa Ascenção de Jesus aos céus? Abordaremos nas perspectivas teológica,
histórica e pastoral.
Na perspectiva teológica, a Ascenção
de Jesus é a transferência para o céu do seu glorioso corpo – o céu como morada
do divino. Ele subiu acima de todos os céus para plenificar todas as coisas (Ef
4, 10); foi exaltado na glória (1Tm 3, 16); sentou-se a direita de Deus (Hb 1,
3.13) que tudo colocou sob seus pés (Hb 2, 7-9). A finalidade teológica é
de nos tornar participantes da sua divindade.
Historicamente falando, a Ascenção
de Jesus representa a última aparição e o fim das aparições. Segundo Adolphé
Gesché: o caráter excepcional das aparições consiste nisto: é na ocasião da
última aparição, em que Jesus se revela pela última vez aos apóstolos, que eles
veem confiada, definitiva e solenemente sua missa de Igreja, e cuja confirmação
receberão em Pentecostes: “recebereis o poder do Espírito Santo que descerá
sobre vós, para serdes minhas testemunhas...” (At 1, 8).
A Ascenção de Jesus aos céus não é
uma questão física, mas de realidade transcendente; não é uma questão
cronológica, mas de amadurecimento do tempo (embora os evangelistas retratam de
dia, por trás tem a mensagem de que Deus é descrito como quem respeita o nosso
tempo). Aprofundado a qualidade do tempo, do ponto de vista teológico, assim
como a criação, a salvação não se fez também em um dia.
Contudo, a Ascenção do Senhor tem
um caráter pastoral no Evangelho de Mateus: a mesma autoridade que Jesus recebe
do Pai, ele agora o confere aos apóstolos de evangelizar, isto é, anunciar a
Boa Nova da Salvação. Parafraseando Santo Irineu, A glória de Deus é que o homem seja evangelizado, a fim de se
tomar consciência de sua dignidade de ser amado, conhecido e querido por Deus.

Portanto, a realidade salvífica de
Jesus é o sentido último de todo homem: o fim do homem é conhecer a Deus, é
falar com Deus. O céu é Deus vivendo na humanidade e a humanidade vivendo em
Deus plenamente, comunhão indizível e numa vida infinita. O homem, restaurado
pelo sangue de Cristo na Cruz e confirmado pelo poder da luz do Ressuscitado
participa desse chamado para a vida divina com Deus. O fim do homem não é a
descida aos infernos, mas a subida aos céus, a fim de nos tornar participantes
da sua divindade.
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