Paróquia Beata Lindalva e São Cristóvão: O Senhor subiu aos céus, aleluia!

quinta-feira, 25 de maio de 2017

O Senhor subiu aos céus, aleluia!



 

Pe. Luiz Alípio, scj!
A Liturgia desse final de semana, celebra a Solenidade da Ascenção do Senhor Jesus ao Céus (Mt 28, 16-20). A Ascenção do Senhor faz parte dos dogmas cristológicos: verdadeiramente, o Senhor subiu aos céus. Nós professamos essa verdade de fé no Credo: “... e subiu aos céus, onde está sentado à direita de Deus Pai Todo Poderoso...”. Mas o que significa essa Ascenção de Jesus aos céus? Abordaremos nas perspectivas teológica, histórica e pastoral.

Na perspectiva teológica, a Ascenção de Jesus é a transferência para o céu do seu glorioso corpo – o céu como morada do divino. Ele subiu acima de todos os céus para plenificar todas as coisas (Ef 4, 10); foi exaltado na glória (1Tm 3, 16); sentou-se a direita de Deus (Hb 1, 3.13) que tudo colocou sob seus pés (Hb 2, 7-9). A finalidade teológica é de nos tornar participantes da sua divindade.

Historicamente falando, a Ascenção de Jesus representa a última aparição e o fim das aparições. Segundo Adolphé Gesché: o caráter excepcional  das aparições consiste nisto: é na ocasião da última aparição, em que Jesus se revela pela última vez aos apóstolos, que eles veem confiada, definitiva e solenemente sua missa de Igreja, e cuja confirmação receberão em Pentecostes: “recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas...” (At 1, 8).

A Ascenção de Jesus aos céus não é uma questão física, mas de realidade transcendente; não é uma questão cronológica, mas de amadurecimento do tempo (embora os evangelistas retratam de dia, por trás tem a mensagem de que Deus é descrito como quem respeita o nosso tempo). Aprofundado a qualidade do tempo, do ponto de vista teológico, assim como a criação, a salvação não se fez também em um dia.

Contudo, a Ascenção do Senhor tem um caráter pastoral no Evangelho de Mateus: a mesma autoridade que Jesus recebe do Pai, ele agora o confere aos apóstolos de evangelizar, isto é, anunciar a Boa Nova da Salvação. Parafraseando Santo Irineu, A glória de Deus é que o homem seja evangelizado, a fim de se tomar consciência de sua dignidade de ser amado, conhecido e querido por Deus.

Há ainda uma outra questão quanto a esse dogma de fé: ... e sentou-se a direita de Deus. Conforme o Catecismo da Igreja Católica, sentar-se a direita do Pai entende-se a glória e a honra da divindade... significa também a inauguração do Reino do Messias; o Papa Emérito Bento XVI diz que sentar-se a direita do Pai significa uma participação na soberania do próprio Deus sobre todos os espaços. Numa palavra: Jesus partilha do mesmo poder do Pai.

Portanto, a realidade salvífica de Jesus é o sentido último de todo homem: o fim do homem é conhecer a Deus, é falar com Deus. O céu é Deus vivendo na humanidade e a humanidade vivendo em Deus plenamente, comunhão indizível e numa vida infinita. O homem, restaurado pelo sangue de Cristo na Cruz e confirmado pelo poder da luz do Ressuscitado participa desse chamado para a vida divina com Deus. O fim do homem não é a descida aos infernos, mas a subida aos céus, a fim de nos tornar participantes da sua divindade.

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