Pe. Luiz Alipio
Liturgia da
Palavra desse 5º Domingo do Tempo Comum, traz como reflexão os elementos
simples do nosso cotidiano com um grande significado cristão para a nossa vida:
a luz e o sal.
Jesus se
apresenta para nós como a Luz, isto é, é ele quem clarifica nossa vida, ilumina
nossos passos, mentes e ações. Estar com Jesus significa contemplá-lo em seu
esplendor, como também transmitir essa luz a outras pessoas.
Jesus manda que
brilhe a nossa luz diante dos homens. Como resplandecer a luz? Por meio de
gestos concretos. O profeta Isaias elenca três gestos: “ repartir o pão com o
faminto, acolher pobres e peregrinos e vestir nos nus”. Tais gestos são
repetidos por Jesus no Grande Discurso
Final: “Vinde benditos do meu Pai...” (Mt 25). Brilhar a nossa luz é
reproduzir tais ações: afugentar as trevas da fome, do preconceito, da miséria,
ajudando os irmãos em todas as suas necessidades, imersos na escuridão da
privação dos direitos básicos da pessoa humana. Fazendo isso, estamos
iluminando a vida do irmão com a mais sublime luz: o amor.
Contudo, nossa
ação caritativa pode se tornar uma vaidade, algo falso, medíocre ou de
aparência, que só é executado em datas comemorativas ou para atender interesses
de alguma instituição. A nossa ação caritativa visa a “glória de Deus”. Não
fazemos por nós mesmos, mas para dar glória a Deus. O pensamento de Santo
Irineu contempla esse raciocínio: “A glória de Deus é que o homem viva”. E para
que o homem viva é necessário fazer brilhar o amor, a caridade.
Há também outro
elemento importante do qual Jesus fala: o sal. A comida não pode ficar insossa
nem salgada, nem um extremo nem outro. Tal deve ser nossa fé: nem fria demais,
calculista, racionalista, como também não podemos “viver mergulhado nas
profundezas do mar de Deus”, como se tivéssemos anestesiado diante da dor do
irmão. O ponto certo é o equilíbrio, que se dá por meios dos estudos e da
oração. Equilibrar nossa fé é evitar os extremos, pois assim nossa vida se
torna saudável.
A luz e o sal
representam a vida de oração, a frequência nos sacramentos, a introspecção da
Palavra Divina e a caridade fraterna. Elementos que ponderam a práxis cristã.
Portanto,
peçamos a Deus que esses dois elementos, o sal e a luz, representando as ações
da vida cristã em boa dosagem, estejam sempre presentes, a fim de que “vejam
nossas boas obras e louvem nosso Pai” (Mt 5, 16)
0 comentários:
Postar um comentário