Paróquia Beata Lindalva e São Cristóvão: O tempo que se chama hoje

sábado, 25 de fevereiro de 2017

O tempo que se chama hoje

Pe. Luiz Alípio, scj!




A Liturgia do VIII Domingo do Tempo Comum (Mt 6, 24-34), nos convida a um desafio elementar da condição humana: viver energicamente o tempo que se chama hoje.
           O tempo é esse Kronos que passa, um tempo quantitativo. É o Kronos que veio, que vem e que virá. Temos sempre presente duas tendências que danificam o tempo: viver um saudosismo e lamentações do passado, e, também, planejar demasiadamente nossa vida numa perspectiva de futuro. O equilíbrio está sempre no meio: o presente (o hoje). O presente, como dádiva divina, não pode também alcançar seu extremo: viver sem tirar lições do passado e sem enxergar o futuro. O presente é passado e futuro que se misturam em boa dosagem. Contudo, o presente em si, traz algo de espetacular: o hoje é o decisivo na minha vida. No hoje, tudo é inédito, único, marcante e irrepetível. Daí a necessidade de intensificar no cuidado do hoje, maravilhar-se no encontro com Deus que se derrama no eterno presente em nossa história.

No Evangelho de hoje, Jesus nos convida a entregar nossa vida nas mãos de Deus com responsabilidade. Deus cuida de todos nós, mas estamos cuidando da nossa própria vida? Há uma expressão de autoria de um pensador francês que se encaixa nessa perspectiva evangélica: o cuidado de si. O cuidado de si é a responsabilidade que temos perante Deus: um cuidado com o corpo (alimentação, vestuários, lazer), uma perspectiva de trabalho, de estudos, envolvimentos com boas amizades, cultivo da espiritualidade etc. O homem que se preocupa em cuidar de si mesmo, renova constantemente a obra da criação, como também é passagem para a vivencia do tempo não só quantitativo (denunciado por Jesus), mas qualitativo (anunciado por Jesus). O Tempo que se chama hoje é a qualidade que nós damos a ele, numa vivencia intensa e cuidadosa de si.

Portanto, a mensagem do Evangelho de hoje traz essas palavras: Confiança em Deus com responsabilidade, viver o presente com qualidade, e o hoje é uma dádiva divina que preenche a nossa existência, nos estimulando a vencer as preocupações cotidianas.

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