Paróquia Beata Lindalva e São Cristóvão: A novidade de Jesus nos atrai?

sábado, 28 de janeiro de 2017

A novidade de Jesus nos atrai?

Pe. Luiz Alípio


A Liturgia deste IV Domingo do Tempo Comum, nos apresenta Jesus como o novo Moisés na história da salvação. O Evangelista são Mateus, teve a preocupaçã
o teológica de mostrar a comunidade, de que a história salvífica encontra seu começo, meio e fim em Jesus Cristo. Na Sagrada Escritura, de modo particular o Antigo Testamento, encontramos elementos prefigurativos que apontam para a realidade plena no Novo Testamento. Aquilo que aconteceu de modo limitado no Antigo Testamento, encontramos plenamente realizados no Novo Testamento. Logo, São Mateus, com o seu evangelho, nos mostra tais realidades.
A primeira dela aponta para o significado do nome de Moisés e Jesus. Moisés significa “salvo pelas águas” (Ex 2, 10), o nome de Jesus significa “Deus salva” (Mt 1, 21). Moisés sobe ao Monte Horeb para receber as Tábuas da Lei (Ex 19, 3). Jesus sobe ao monte para ditar a nova lei do amor (Mt 5-7). A lei dada em Moisés estava escrita na pedra (Ex 20); a lei dada por Cristo, alcança o coração das pessoas, e em Cristo a Lei encontra a perfeição (Mt 5, 17).
Moisés guiou o povo na travessia no deserto (Ex 16), Jesus nos guia nos caminhos da salvação (Mt 3). Moisés libertou o povo da escravidão do Egito (Ex 3, 7-10), Jesus veio para nos libertar do pecado (Mt 1, 21). Moisés dá o maná para o povo não morrer de fome (Ex 16, 4); Jesus nos dá o verdadeiro Pão do Céu para saciar a nossa fome de Deus (Jo 6); Moisés bate na rocha para jorrar água na intenção de saciar a sede povo (Ex 17, 1-7); Jesus é a água viva da nossa salvação, quem beber dele jamais terá sede (Jo 4).
Assim, nós traçamos, de forma sucinta, aquilo que chamamos de prefigurações. Em Cristo, tudo acontece de maneira plena e perfeita.
Nesse mesmo evangelho (Mt 5, 1-12), Jesus expõe uma nova mensagem que vai contra a lógica do mundo. Para Jesus, a felicidade não é uma questão de poder, de status, de honrarias, mas sim a felicidade perpassa pelos pequenos e indefesos, pobres e débeis, marginalizados e excluídos ou seja, só vai ser feliz quem souber amar essas pessoas, e amá-las é mais do que o mero sentimento de dó, de pena, mas de sentir o que o outro sente. É a compaixão: sentir a dor do outro.
A filosofia existencialista afirma que “somos seres com os outros”. Esses outros, a Sagrada Escritura e a Igreja identificam com essas pessoas citadas por Jesus. Os benditos do Pai são aqueles pobres, os privados de todos os direitos; aquelas que acham que a justiça, tal como a água e o pão, são indispensáveis para a sobrevivência; são aqueles que jamais promoveram a guerra em nome da paz; são aqueles que encontram a sutileza, a pureza e a inocência da vida perdida devido o pecado, a malícia e as más intenções do coração; são também aqueles que na vida precisaram de uma nova oportunidade, e quer retribuir oferecendo aos outros (a misericórdia); e por fim, os benditos são os perseguidos por não se curvar as ideologias anti-cristãs.

O fim dessas pessoas é a alegria em Deus. Por passarem privações, problemas, dificuldades, não quer dizer que na vida cristã não há fragmentos de alegria, pelo contrário, onde há um cristão há alegria, isto é, descobrir em Deus a força de viver e a razão para implantar seu reino no coração da humanidade.

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