O cantor
popular Zé Vicente canta: “Todas as
coisas são mistérios”. A tradução da palavra mistério não somente indica algo
incompressível, mas também algo que não tem fim, isto é, de uma profundidade infinita.
A nossa vida
é cheia de mistérios, tal como a vida de José, pai adotivo do menino Jesus. A
gravidez de Maria, por obra do Espírito Santo, causa perplexidade em José que,
por amá-la, não queria entrega-la as autoridades religiosas, na qual seria
apedrejada, mas sim, romper o noivado, a fim de preservar a vida de Maria e a
da criança em seu ventre.
O anjo aparece
a José pedindo para que acolha a criança que há de nascer. Mesmo sem entender
esses desígnios de Deus, José não questiona, não duvida, não fraqueja, mas acolhe aquele misterioso acontecimento.
Sem pestanejar, José passou por duras provações com a sua família: nascimento
de Jesus (não havia lugar para o menino nascer, cf. Lc 2, 1-7), fuga para o
Egito (Herodes mandou matar todas as criancinhas, cf. Mt 2, 13-18), perca e
encontro do menino Jesus (a aflição do pai por perder temporariamente o filho,
cf. Lc 2, 41-50), tudo isso José aceitou esses desígnios de Deus por um nobre
sentimento que se chama amor.
Entregar-se
aos desígnios de Deus é aceitar que tudo nessa vida é mistério. Mesmo diante da
incompreensibilidade dos fatos, o amor
nos amadurece na firmeza da entrega; mesmo quando tudo parece obscuro, o amor nos motiva a caminhar; mesmo
quando tudo parecer estranho e complexo, o amor não torna fácil as coisas, apenas
é um sinal de que eu devo confiar, acreditar
de que minha história está nas mãos de Deus, e se está nas mãos de Deus,
está em boas mãos.
Portanto, a
liturgia do IV Domingo do Advento traz esse desafio para nós: entregar-se aos
desígnios de Deus. Essa entrega não se faz apenas nos momentos decisivos da
vida, pelo contrário o cotidiano nos
apresenta como o lugar da verdadeira revelação do mistério de Deus: Amor.
Pe. Luiz Alípio, scj
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