A Igreja
celebra neste domingo a Solenidade de todos os Santos (06 de novembro), isto é,
festejamos os homens e mulheres que na terra, viveram para Deus, servindo os
pobres.
O sentido
mais usual da palavra santo significa separado,
consagrado. Jesus é o santo, isto é,
o separado, não separado dos homens, mas sim aquele que convive com todos os
pecadores na intenção de separá-los de seus pecados para Deus (cf. Jo 1, 29).
Deus é
santo e exige que o seu povo também o seja (Cf. Lv 20, 26), afinal, Ele criou o
homem e a mulher a sua imagem e semelhança (Cf. Gn 1, 26), logo a santidade
deve ser uma característica da humanidade.
O Cristão é
santo. É santo porque foi santificado por Cristo (Cf. At 20, 32; 26, 18). E os
meios da santificação, segundo a concepção bíblica, são a Fé (cf. Rm 15, 16), o
Batismo (Cf. 1Cor 6, 11), a Oração/Escrituras (Cf. 1Tm 4, 5) e a própria união
com Cristo (Jo 15).
No
Evangelho de hoje, o início do Sermão da Montanha, mais precisamente as
Bem-Aventuranças, os santos são os benditos, ou seja, são os pobres, os que
choram, os mansos, os que amam a justiça, os que praticam a misericórdia e os
promotores da paz. As bem-aventuranças é o mandamento da santidade.
Pobre não só no sentido material (na
literatura bíblica, o pobre é anawin,
isto é, os preferidos de Deus), mas como aqueles que dependem unicamente de
Deus; os que choram devido a
incredulidade da humanidade, os que são vítimas da corrupção, das injustiças,
da miséria e fome; os mansos são
aqueles que repudiam o uso da violência para valer seus direitos, mas sim,
aqueles que agem de forma pacífica para alcança-los; os que amam a justiça, isto é, aqueles que são
movidos pelo santuário sagrado da consciência; os misericordiosos são aqueles que sentem a dor do outro, que se
colocam no lugar do outro, aqueles que tem a capacidade de oferecer mais uma
chance, mediante o perdão; aqueles que
tem um coração puro, isto é, tem uma
vida simples, não é malicioso, maldoso nem desonesto; e por fim, os amantes da paz que tem como fruto a justiça. A paz
enquanto bonança, tranquilidade e harmonia entre pessoas consigo mesmas, com o
cosmo e com Deus.
Esses são
os critérios de santidade prescritos por Jesus. Podemos pensar também na
“multidão incalculável” (Cf. Ap 7, 9) de pessoas que vivem na pele o sentido
das bem-aventuranças. A santidade já começa aqui na terra. A qualidade da
santidade é a detestação do pecado. O contato santifica o profano, mas o
profano não destrói a santidade.
A santidade
não é um privilégio, mas um contínuo e árduo caminho. Caminhamos para Deus, o
Santo por excelência.
Pe. Luiz Alípio scj
1 comentários:
Lindo!
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