Paróquia Beata Lindalva e São Cristóvão: Fim dos Tempos!?

sábado, 12 de novembro de 2016

Fim dos Tempos!?

            A Liturgia da Palavra do 33º Domingo do Tempo Comum se debruça com a temática do fim dos tempos. Para muita gente, a expressão “fim dos tempos” se torna assustador, temível, “muitos preferem nem falar” e, há aqueles que usam as redes sociais para espalhar medo.
            A Teologia Católica trata com seriedade esse assunto. Por isso, há um ramo na teologia que se chama Escatologia, isto é, o fim último das coisas.
            A primeira palavra que frisamos é o FIM. O fim não é traduzido como derradeiro, acabado, destruído, “não há mais o que fazer”; pelo contrário, o fim enquanto finalidade. Qual é o fim (=finalidade) do mundo? Em vez de falarmos de fim, falemos de finalidade: qual a finalidade da criação, do mundo e do homem?
            O fim não é destruição, mas renovação, purificação, plenificação. Não podemos imaginar um Deus que cria por amor e depois destrói (Cf. Gn 1). Inconcebível! Contraditório! A própria essência de Deus é Amor, e o amor não destrói, mas eleva, purifica, transfigura e transforma. Na Solenidade de Pentecostes, cantamos esse lindo refrão: “Envia teu Espírito Senhor e renova a face da terra” (Sl 104, 30).
            Portanto, o fim é a finalidade daquilo para o qual foi criado: renovação, plenificação, cristificação, isso acontecerá quando “Deus for tudo em todos” (1Cor 15, 28).
            A segunda palavra é o TEMPO. O tempo pode ser denominado de Cronos ou Kairós. O Cronos é o tempo cronológico, é a sucessão dos dias, meses, anos, séculos... é o tempo no qual estamos inseridos. Um tempo que passa. Já o Kairós transcende o Cronos, é o tempo da graça de Deus, o que na verdade é o tempo todo. Em todo tempo vivemos da “graça de Deus” (1Ts 5, 18). Posto isso, podemos dizer que o fim dos tempos é a finalidade do Cronos que é simplesmente um amadurecimento no Kairós de Deus. O tempo prepara para a eternidade. O Cronos nos amadurece no Kairós, e o Kairós dá sentido ao nosso Cronos. Ambos são decisivos para a nossa salvação.
            E agora entramos na terceira palavra da Escatologia: Salvação. Esta possui dois sentidos: salvação enquanto realização (o homem só se realiza em Deus) e redenção (o homem só se redime em Deus). Só Deus é a realização e salvação do homem. O Próprio nome de Jesus significa isso: “Deus salva” (Mt 1, 21). Somos salvos em Deus e também n’Ele encontramos a esperança da nossa vida.
            Por fim, chegamos a quarta palavra: ESPERANÇA. Conhecemos aquele velho ditado: “A esperança é a ultima que morre”, mas quando ela vai morrer? A Esperança vai morrer quando nós não precisarmos mais dela, quando virmos a Deus face a face na eternidade (Cf. 1Cor 2, 9).

            Portanto, o fim dos tempos não é algo assombroso, pelo contrário, é salvífico. O nosso fim (=meta) é Deus. Deus nos predestinou para a eternidade (Cf. Ef 1, 4). De nossa parte, precisamos perseverar (Lc 21, 19) nas coisas do alto (Cl 3, 1).


Pe. Luiz Alípio, scj

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